domingo, 4 de março de 2007

24 horas

Tiago Nery

Makingof da matéria 4 pares de horas com Rita Lee cover em São Paulo. Passeando, papeando e enrolando, sai pelo centro - Luz, Museu da Língua Portuguesa e Pinaoteca, Liberdade e Av. Paulista. Em outubro/06.


Tentativa de makingOf

Pois é, e 24 horas é o tema, mas não é Jack Bauer. A priori seria fácil falar de personagens que conheço ou os quais já fiz trabalhos anteriores. Só pra listar: Elyette Magalhães – perua da high society baiana e cunhada de alguém que certamente você conhece, ou algum amigo ou parente exótico que tenho às pencas. Passeando pelo Orkut me apareceu a Rita Lee. Não era um fake ou a própria, era a cover, a oficial, como a dona da personagem gosta de lembrar. Uma figura aparentemente simpática a qual me daria uma boa pauta. Fiz o convite e sugeri o trabalho. Quatro dias e vem a resposta e vamos combinar, veio à jegue: a paulista aceita o baiano para entrevistas e passeios numa boa. A viagem pra São Paulo já estava marcada, não por conta desse trabalho, mas já que lá vou eu, vamos à produção.

A minha proposta inicial era o dia do encontro dela com a Rita, no show de gravação do acústico Mtv. Ela me contava sempre por msn com muito entusiasmo como se deu esse fato histórico na vida de um cover. Sempre que a encontrava on-line, nós conversávamos por horas sobre tudo e eu sempre procurava saber dos pormenores da vida de um cover. Ainda mais que cover, Ritinha é show de bola, 'meu'... A Lia, Rita Lee cover, já fez de tudo e gosta muito do espiritual, muito mística e ligada à família, me pareceu uma louca saudável; nada de drogas pesadas, só o cigarro dos caretas, esse aí bastante. Pensei em um passeio pela louca São Paulo, a metrópole dos sonhos dos meus pobres conterrâneos que por cá muitos deram errado ou não. Nada melhor do que rodar por centros movimentados, ver a reação das pessoas, brincar e desligar um pouco do social.

De fato ela é estranha. Não pelo cabelo ou por ser cover. Já morou no Mato Grosso com índios em uma tribo onde realizava partos e auxiliava as índias que estavam se tornando mães. Me confessa um monte de vícios alem do cigarro; adora sapos e canetas, tem uma coleção enorme de ambos. Filhos grandes e criados, vive em uma grande casa na ZL de São Paulo, no Parque São Lucas. Nossos primeiros contatos foram por e-mail, Orkut e msn. Me fala sempre que sai em São Paulo com seguranças e eu acho estranho; muitos artistas não usam segurança, porque um cover haveria de usar?

Um dia colocou a cam para que eu pudesse vê-la. Assim que fazia uma brincadeira - vale lembrar que ela sempre fazia uma brincadeira - ria e caia para o lado. Conversávamos sobre absolutamente tudo. A apuração era um pouco complicada; para Lia, era muito difícil se manter em um mesmo assunto por muito tempo, no mesmo instante que falava sobre show, acabava caindo em um assunto completamente diferente...

Tudo certo, malas prontas, bloquinho de notas da Aban, caneta de New York - presente da Elyette - em punhos, laptop na mochila e lá vou eu no vôo 6393 to: Guarulhos/SP. Chegando a noite, já em casa e acomodado liguei pra ela. De fato era a primeira vez que ela me ouviu falar; eu já havia ouvido sua voz por voice no MSN, mas não podia falar por conta do laptop não estar com o microfone. Bastante simpática brincou com meu sotaque e me chamava de baianinho. Eu ainda tinha uma viagem pra Floripa que precisava rever datas... Depois de resolvido os problemas no bizarro Shopping Paulista, liguei pra ela novamente e marcarmos segunda-feira às 03:00 no metrô Tucuruvi. A depender do que role no nosso encontro, a minha matéria pode ser sobre esse dia. Acho que tem mais chances de ser esse mesmo; é interessante falar sobre algumas horas com a Rita Lee cover em Sampa.

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